Os mitos e verdades sobre a epilepsia

A informação é o principal meio de combater preconceitos e auxiliar quem pode precisar de tratamento

Foto: Pixabay

A Liga Brasileira de Epilepsia (LBE) estima que ao redor do mundo 50 milhões de pessoas tenham epilepsia, seja em tratamento ou que tenha alguma crise durante o ano. A falta de informação é um dos vilões para o preconceito e a falta de tratamento adequado.

Com o intuito de conscientizar e informar sobre a doença, o dia 9 de setembro foi instituído como o Dia Latino-Americano de Epilepsia para que os países em desenvolvimento de origem ibérica pudessem compartilhar experiências.

Na região sudeste do país, o Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC), foi a primeira unidade do Estado do Rio de Janeiro a ter um espaço dedicado a este tipo de atendimento.

Nesse tipo de caso, o foco da assistência no IEC é o percentual de pacientes epiléticos que não respondem, de forma favorável, ao tratamento com medicação. Antes do início do tratamento, o paciente passa por consultas para confirmar o diagnóstico de epilepsia.

A investigação é feita por exames como o videoeletroencefalograma, ressonância magnética, avaliações neuropsicológica e psiquiátrica para definir se existe a possibilidade de retirar da região afetada no cérebro sem prejuízos ao paciente. 

Para a neurologista do IEC, Isabella D’Andrea, a retirada do foco epilético pode auxiliar no tratamento. “É feita uma identificação de áreas motoras no cérebro, como linguagem e de memória, por meio de uma estimulação chamada elétrica cortical. O procedimento, inclusive, é realizado com o paciente acordado para avaliar a área de linguagem e evitar danos aos pacientes,” explica.

O Instituto Estadual do Cérebro é uma unidade gerenciada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro.

Abaixo confira os mitos e verdades sobre a epilepsia:

Uma pessoa diagnosticada com epilepsia pode levar uma vida tranquila? VERDADE. Neste caso, aresposta é sim, desde que seu acompanhamento com o neurologista seja continuo.

Epilepsia é uma doença mental?MITO. A epilepsia é uma doença neurológica. As doenças neurológicas afetam alguma parte do sistema nervoso central ou periférico. As mentais são de natureza psiquiátrica, em que geralmente não há lesão estrutural no cérebro.

O paciente não pode dirigir quando se tem epilepsia? MITO. A medicação é o principal tratamento das epilepsias com controle das crises em cerca de 70% dos casos. A maioria dos pacientes pode levar uma vida normal, como realizar práticas esportivas, viajar, trabalhar e até dirigir.

É necessário intervenção cirúrgica no tratamento da doença? VERDADE.

Segundo a neurologista do IEC, algumas vezes a intervenção cirúrgica pode acontecer. Em alguns casos, durante a identificação de áreas motoras no cérebro, pode ocorrer a necessidade de uma avaliação intra-operatória da atividade elétrica cerebral para verificar se é possível retirar o foco epilético.

É possível manter a consciência durante uma crise? VERDADE. As crises se apresentam de diferentes maneiras e podem ser rápidas ou prolongadas, com ou sem alteração da consciência.

A doença é hereditária? MITO. Alguns fatores genéticos são provocados, porém não é uma doença hereditária. Uma pessoa da família pode ter a doença e o restante não apresentar nenhum sintoma. Em outros casos, como a Síndrome de Dravet (uma mutação no canal de sódio) a identificação do gene é mais clara.

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